Ja imaginou jogar xadrez de frente para a praia e para o mar? Este é o visual que os jogadores desfrutam ao jogar na pracinha canal 3 em Santos.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Mate em 10 (#10)

Esta semana estamos dando início a uma nova fase do blog ... com a estréia de Bruno Garcia (ou Bruninho Bauru) com as dicas de cinema e, estou abrindo uma coluna de entrevistas chamada Mate em 10 (#10).

Abrindo este novo espaço no blog, chamado mate em 10 (#10), onde vamos conhecer um pouco sobre os jogadores da pracinha, o escolhido vai encarar uma bateria de 10 perguntas onde se vacilar... é xeque mate. Quem abre a galeria é um jovem apelidado de “bad boy” por seu estilo malvado diante dos tabuleiros, mas já muito experiente. Com 16 anos de idade, 7 de xadrez e um dos 10 melhores da sua categoria, este é João Danilo GM (Grobman Mandetta) que encarou quase 12 horas de viagem até Fraiburgo (SC) a cidade da maçã para jogar o FENAJ (Festival Nacional da Juventude) ou o Campeonato Brasileiro Sub 16. Pré ranqueado numero 4 acabou o torneio em 9º, mas voltou com muitas historias e experiências na bagagem, e claro o blog da pracinha foi bater um papo com nosso guerreiro.


Pracinha Canal 3: O que dizer sobre a cidade de Fraiburgo?
João Danilo: "Somente uma frase: "Maçã, frio e capivaras a mil"

PC 3: Como foi a preparação para este torneio?
JD: Estudei o "Chess Strategy for the Tournament Player" do GM Lev Alburt e GM Sam Palatnik."

PC 3: Você não jogou contra ninguém de SP, existe diferença do xadrez jogado em SP do que no resto do país?
JD: "Aparentemente o xadrez em SP é melhor em quantidade, embora outros estados também apresentem jogadores de qualidade. Infelizmente nesse torneio não tive a oportunidade de encarar nenhum forte candidato ao titulo, eu que estava em quarto lugar em rating tive uma desempenho apagado, empatando duas partidas em que estava superior, perdendo uma por falta de abertura."

PC 3: Qual foi a partida mais fácil?
JD: "Na primeira rodada tive algumas dificuldades em me concentrar por causa do frio, e o adversário estava oferecendo resistência até o momento em que eu consegui obter uma boa vantagem e mais tarde ele cometeu outro erro, dessa vez decisivo e acabou perdendo material."

PC 3: E a mais difícil?
JD: "Na ultima rodada enfrentei a Guilherme Paulino Branco, que me havia ganhado no brasileiro do ano passado, e não estava muito concentrado no início da partida. Após um erro dele eu consegui triplicar o arsenal pesado na coluna "a" e o peão de a7 ficou indefeso. Apesar disso, eu não mostrei boa técnica, e de fato acho que estava claramente pior quando entramos no apuro de tempo e eu fui o jogador mais rápido. "

PC 3: Quem você aponta como destaque em outras categorias?
JD: Gostei excepcionalmente da atuação do Torsani (campeão sub 18), do Gabriel das Neves (que ganhou dentre outros do Torsani), do Armen Proudian (3º no sub 16) sendo que iniciou em torneios somente ano passado, realmente impressionante. Não acompanhei os resultados do feminino.

PC 3: O que faltou para o título?
JD: A maldita linha que deixei de preparar corretamente na Índia de Rei, justamente na quinta partida, a qual se tivesse ganhado manteria boas chances de titulo.

PC 3: Que lições você leva deste torneio para os próximos?
JD: "Neste torneio eu vi que é necessário o bom conhecimento da abertura, não deixando escapar nenhuma linha que possa te surpreender. Além disso, para sempre vou me lembrar da peleja que perdi, uma vez que eu não me dediquei corretamente a ela, e sim estava com a cabeça nas próximas rodadas do torneio."

PC 3: O que dizer de Mateus Nakajo, que com 14 anos foi campeão paulista sub 16 e brasileiro sub 16 (este com 100% de aproveitamento)?
JD: "Mateus tem força para jogar contra jogadores de igual ou maior nível que o seu próprio, e também a importantíssima habilidade de superar os jogadores mais fracos que jogam pelo empate. Em algumas de suas partidas ele obteve posições igualadas ou até estrategicamente inferiores, mas deu um jeito de vencer mesmo assim. "

PC 3: Obrigado pela entrevista, deixa uma mensagem para os leitores do blog e freqüentadores da pracinha.
JD: "Eu é que agradeço por participar deste novo espaço do blog, bom sobre os torneios pensados, ele são muito mais difíceis do que torneios rápidos. Quando se tem uma posição ruim, vai ter que suportá-la com sofrimento por algumas horas ainda. Quando se obtém uma posição superior vai ter que mostrar boa técnica no tabuleiro, raramente aproveitando-se do apuro de tempo do adversário."

Um comentário:

BrMR disse...

Antes de tudo e mais nada, "Maçãs, frio e capivaras a mil" fui eu que inventei!... Quanto a performance do Mateus, me pareceu realmente muito boa e uma vez mais nos surpreendeu... Mas uma coisa é fato também, ele escapou de posições em que realmente também se necessita muuuuuuuuuita ajuda pra ganhar, haja visto nossa partida, esta em que o Fritz me dava já vantagem decisiva...

Enfim, parabéns ao Mateus e ao JD digo uma coisa, faltaram fatos nessa entrevista ai hein!?